Resumo

A presente comunicação se insere na discussão com o objetivo de apresentar as perspectivas de formação e produção para conhecimento dos programas de pós-graduação desenvolvidos no Maranhão, a fim de identificar as relações de análises existentes entre o fazer histórico e a prática social da educação, no período de 1988 a 2018, a partir da materialidade resultante das pesquisas realizadas no Estado, tomando como referência suas próprias produções para evidenciar as marcas constitutivas dessas relações. Nesse sentido, situa-se os programas em suas finalidades instituidoras e a natureza de suas produções, no intuito de apontar limites e possibilidades de autonomia e consolidação referente a própria produção. Procede-se a identificação quantitativa dos programas e, em seguida as perspectivas de formação e produção de conhecimento que essa materialidade vem assumindo. Em âmbito nacional há um debate entre a Nova História Cultural-NHC e o Materialismo Histórico Dialético-MHD na disputa pela hegemonia na produção. A hipótese verificada foi que o Maranhão não reflete na sua produção em âmbito nacional e na contemporaneidade, cujo embate não está presente na discussão em curso, de acordo com as concepções teórico-metodológicas apontadas acima. É visível a prevalência, na esfera da produção maranhense, do domínio da NHC em detrimento do MHD. Metodologicamente esta investigação compreende que uma análise dessa natureza só pode concretizar-se a partir da operacionalização da categoria na sua totalidade como caminho de identificação onto-gnosiológico constitutivo de explicitação das determinações gerais que permitiram emergir as produções, não se constituindo os movimentos internos da educação suficientes para sua compreensão. Assim, situa-se que a busca de autonomia e consolidação deste debate envolve problemas educacionais nas suas relações macrossociais. Identifica-se que a marca desta discussão está posta de forma sistemática por Mirian Warde (1984) no seu texto: “Anotações para uma Historiografia da Educação Brasileira”, análise que alimenta sua construção onto-gnosiológico contemporânea e da qual participam autores que apontam variados entendimentos - que refutando ou corroborando a posição da autora - se posicionam neste debates de constituição nessa área: Barreira (1995), Saviani, Lombardi e Sanfelice (1998), Araújo (2005), Monarcha (2005), Vidal e Faria Filho (2005), Mendonça et al. (2009)”, Pinheiro, (2011); Nunes (1986), Alves (1998), Pintassilgo (2000), Xavier (2000), Catani e Faria Filho (2001). Em sua análise Warde (1984) sugere a necessidade de superar as mazelas que vem configurando constrangimentos e anacronismos nestas análises.