Resumo

No contexto histórico e estrutural da educação brasileira é possível observar falhas no auxílio na decisão vocacional de alunos do ensino básico antes do ingresso no ensino superior, levando a tomadas de decisões equivocadas baseadas em conhecimentos superficiais do curso escolhido, além da falta de informações a respeito de cursos menos ‘tradicionais’. Quando isso ocorre, na maioria dos casos, o estudante se decepciona com a área escolhida, as condições de aprendizagem se tornam precárias diminuindo o desempenho acadêmico e favorecendo um aumento nas taxas de evasão. No caso dos cursos menos ‘tradiconais’ e o desconhecimento da grade curricular do curso, das potenciais áreas de atuação (acadêmica/profissional) favorecem alguns casos de desistência, além de causar insegurança e distanciar muitos do que poderia ser sua vocação. No caso da oceanografia, o primeiro curso surgiu em 1971, na FURG, (atualmente são 13 distribuídos pelo litoral brasileiro) e por falta de divulgação e clareza quanto às áreas de atuação deste profissional, sofreu com essa problemática, que ainda é atual. Neste cenário, ocorre a criação da Oceano à Vista, iniciativa nacional, que idealizou projetos e programas para melhorar a divulgação da oceanografia, no Brasil, para amenizar tais problemas. Um desses projetos é o Oceano nas Escolas que visa -difundir e ampliar os conhecimentos sobre oceanografia junto aos estudantes, minimizando dúvidas antes da escolha profissional, divulgando a ciência, despertando a curiosidade e aumentando o interesse com relação ao funcionamento do planeta, através da interpretação dos principais problemas ambientais e proporcionando a interação com o principal objeto de estudo da oceanografia, os oceanos. No Maranhão, o curso de oceanografia teve início em 2010 na UFMA e enfrenta as mesmas questões que ocorrem em âmbito nacional. O projeto Oceano nas Escolas tem atuado na divulgação da oceanografia na cidade de São Luís a fim de cumprir com o objetivo do projeto levando os principais trabalhos da universidade para os estudantes através de palestras, demonstrações de experimentos e exposição de amostras de materiais usados em sala de aula. Até o momento, o projeto atingiu cerca de 500 alunos, entre crianças e adolescentes, em três escolas e em eventos com temática ambiental. Portanto, o presente trabalho busca demonstrar a importância da intervenção externa, de projetos de cursos superiores, nas escolas, para amenizar dúvidas dos estudantes antes do ingresso na universidade, diminuindo evasões, visando a satisfação profissional e potencializando a divulgação científica.