G_de_S_M__N_de_A_S__H_C_R.pdf
Título
OS ARQUIVOS DAS SOCIEDADES PESTALOZZI: fontes primárias para a história da Educação Especial no Brasil
Autor (es)
Giusévilly de Souza Mello
|Natielly de Almeida Santiago
|Heulalia Charalo Rafante
Resumo
As Sociedades Pestalozzi atuam no atendimento às pessoas com deficiência no Brasil desde 1932 e se constituíram enquanto “instituições de elaboração coletiva da vida cultural” (conforme conceito de Gramsci, 2001), desenvolvendo e disseminando uma abordagem sobre a deficiência e articulando a sociedade civil e política em torno de suas concepções, consolidando sua hegemonia nesse campo no país, especialmente, até a década de 1990, quando o público alvo da Educação Especial era denominado “excepcional”. Estudos de Rafante (2011, 2015) evidenciaram que as ações das Pestalozzi foram basilares para que a educação dos “excepcionais” fosse contemplada em dois artigos da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 6024/61) e na criação do primeiro órgão nacional para tratar dessa educação, o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), criado em 1973. Conhecer esse percurso histórico é fundamental para a compreensão do desenvolvimento da Educação Especial Brasileira. Nesse cenário, esse artigo apresenta fontes primárias localizadas nos acervos da Sociedade Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro e da Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais, evidenciando a importância da sua preservação e divulgação, com o intuito de fomentar as pesquisas sobre essas instituições e sua inserção no campo da Educação Especial no Brasil. As fontes primárias da Sociedade Pestalozzi do Rio de Janeiro aqui apresentadas são atas das reuniões da Diretoria, que datam de 1948 a 1987, sendo que a periodicidade variava de uma a três vezes por ano, havendo intervalos maiores de um ano entre uma ata e outra; os Relatórios da Diretoria (1965-1998), do período de 1965 a 1998, que, em sua grande maioria, são bienais, apresentando as ações realizadas pela instituição, incluindo os aspectos operacionais, financeiros, médicos, sociais, pedagógicos, a inserção social da instituição e as transformações pelas quais passou, como a implantação de novos centros e novas diretrizes, a reorganização do organograma; a Revista Criança Excepcional (1968-1976) publicava artigos científicos, elaborados por profissionais que trabalham com os indivíduos “excepcionais”, abordando aspectos médicos, psicológicos, sociais e pedagógicos relacionados a esses indivíduos, assim como os tipos de atendimento direcionados a eles; e da Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais: Anais dos Seminários sobre a Infância Excepcional, realizados em 1951, 1052, 1953 e 1955, cuja programação que incluía o perfil das crianças atendidas pelas Sociedades Pestalozzi, os tipos de estabelecimentos existentes no Brasil, a formação dos profissionais, a questão dos egressos das instituições, a participação dos pais e do governo na educação do “excepcional”.
Palavras-chave
Fontes primarias
|História da Educação Especial
|Sociedade Pestalozzi